(FÍSICA)
Introdução sobre a Teoria do Big Bang
Por séculos, os seres humanos contemplaram as estrelas e imaginaram de que maneira o universo se tornou aquilo que é hoje. O assunto foi tema de debates religiosos, filosóficos e científicos. Entre as pessoas que tentaram revelar os mistérios do universo há famosos cientistas como Albert Einstein, Edwin Hubble e Stephen Hawking. Um dos mais famosos e aceitos modelos quanto ao desenvolvimento do universo é a Teoria do Big Bang.
Apesar de a teoria do Big Bang ser famosa, ela é também muito incompreendida. Um dos equívocos mais comuns sobre a teoria é a de que ela descreve a origem do universo. Isso não é 100% correto. A teoria é uma tentativa de explicar como o universo se desenvolveu de um estado minúsculo e muito denso para aquilo que é hoje. Ela não tenta explicar o que iniciou a criação do universo, o que existia antes do Big Bang ou até o que existe fora do universo.
Outro equívoco é afirmar que o big bang tenha sido uma espécie de explosão. A teoria descreve a expansão do universo. Embora algumas versões da teoria se refiram a uma expansão incrivelmente rápida (possivelmente mais rápida que a velocidade da luz), isso ainda assim não representaria uma explosão no sentido clássico do termo.
A culpa é do nome
A confusão quanto ao Big Bang se deve, em parte, ao nome que lhe foi atribuído - ele indica que teria havido uma explosão. O responsável por isso é Sir Fred Hoyle, um crítico da teoria, que usou o termo "big bang" como expressão de desdém por esse modelo. O comentário foi divulgado e o nome acabou se firmando.
Resumir a teoria do Big Bang é um desafio. Ela envolve conceitos que contradizem a maneira pela qual percebemos o mundo. Os estágios iniciais do Big Bang se concentram em um momento no qual todas as forças separadas do universo eram parte de uma força unificada. As leis da ciência começam a se dissolver, à medida que recuamos no tempo. Consequentemente chega-se a um estágio em que não se pode mais construir teorias científicas sobre o que está acontecendo porque a ciência mesma já não se aplica.
Estado estacionário VS Big Bang: a vitória de um padre
As grandes descobertas cientificas da humanidade sempre foram fruto da genialidade e, principalmente, da curiosidade insaciável de seus criadores. Com o Big Bang não poderia ser diferente. A teoria científica para o início do universo tem sua origem alguns anos após a publicação da relatividade geral. Um grupo de equações conhecidas como equações de campo de Einstein implicavam claramente na inexistência de um universo infinito e estático. Isso quer dizer que em algum momento o universo teve um início e se expandia desde então. O universo não era tão estático como se imaginava. Essa ideia, hoje bem aceita pela maioria das pessoas, foi negada a princípio por muitos cientistas. O próprio Einstein abominava essa ideia, e se recusava a aceitar um universo que não fosse estático.
Ironicamente, o primeiro a defender uma teoria científica para a origem do universo foi um padre católico. Georges Lemaître propôs baseado em seus estudos sobre a relatividade geral de Einstein, uma teoria onde o universo havia sido criado em algum momento. Ele percebeu que se o universo estava em expansão como afirmava a teoria da relatividade um dia ele deve ter sido realmente minúsculo. Esse ponto minúsculo do qual o universo teria se expandido foi chamado por Lemaître de teoria do átomo primordial, uma espécie de ponto infinitamente denso e quente que, ao explodir, originou o universo. Essa ideia, que é a base para a cosmologia moderna, foi a princípio recusada pelo próprio Einstein.
Einstein e Lemaître.
O astrônomo Edwin Hubble descobriu que as galáxias estão se afastando uma das outras destruindo por vez o sonho de Einstein de um universo estático. Hubble, utilizando um método chamado vela padrão, pôde determinar a distância de estrelas extremamente longe de nós. Com isso ele foi capaz de calcular a velocidade de expansão do universo e sua idade.
O que é uma teoria
Na ciência, uma teoria é uma tentativa de explicar um aspecto específico do universo. Teorias não podem ser provadas, mas podem ser negadas. Caso observações e testes sustentem uma teoria, ela se torna mais forte e mais cientistas tendem a acatá-la. Caso as provas contrariem uma teoria, os cientistas precisam descartá-la ou revisá-la à luz de novos indícios.